O dia do Pai está a chegar. Para mim, ser pai é uma grande responsabilidade. Quando olho para os nossos filhos vejo duas crianças em constante crescimento e formação. Procuro transmitir-lhes o que penso ser o melhor para o futuro deles: sentido de responsabilidade, segurança, amizade, solidariedade e companheirismo. São estes os valores que no dia-a-dia tento que assimilem, embora nem sempre seja tarefa fácil. Acima de tudo sinto que ser pai é uma aprendizagem contínua, uma troca. Os filhos também ensinam muito aos pais e também eles nos fazem crescer e amadurecer.
É inegável: ter filhos muda muito a vida de um casal. Os filhos absorvem muito do nosso tempo e acabam sempre por ser a prioridade. Já nos tem acontecido, por exemplo, - e até mais do que uma vez – tirar uma manhã ou uma tarde para irmos almoçar juntos enquanto eles estão na escola, mas, de repente, telefonam-nos a dizer: «O Dinis está doente!» ou «O Miguel tem febre», e lá vamos nós buscá-los. Quando eles estão na escola permite-nos ter tempo e libertar-nos para o resto da vida. É ambíguo dizer isto, mas há, efectivamente, uma necessidade de “desligar” e de termos tempo para as nossas coisas. Achamos que não é saudável os filhos estarem sempre, e a toda a hora, com os pais. O mundo fica fechado e ficam demasiado apegados a nós. Luís e Zara
Habitualmente, os pais identificam diferenças no comportamento dos filhos quando estes estão em contexto escolar ou em casa. Este é, na verdade, um sinal de inteligência.
E pronto, 30 meses depois eu e o Daniel conseguimos, finalmente, ir jantar fora a dois. Foi um momento curtinho mas muito prazeiroso. Os meninos ficaram com os pais do Daniel e nós jantámos num sítio a menos de 10 minutos de distância. Inicialmente foi um pouco estranho estarmos sem eles e não parávamos de falar nisso mas, a pouco e pouco, acabámos por desfrutar da companhia um do outro. Foi muito bom. Acho que estávamos a precisar – apesar do Daniel não concordar – de termos algum tempo para nós. Poder fazer uma refeição sem interrupções, babetes e comida a voar. Estávamos a precisar de fazer uma refeição de adultos e também de namorar um pouco. Fez-nos tão bem que combinámos repetir brevemente.
Tanto eu como a Zara gostamos de visitar locais culturais, mas quando se tem filhos pequenos temos de fazer outro tipo de programas. Os parques infantis são uma opção à qual não há como fugir. A verdade é que nós também gostamos deste tipo de passeio, faz-nos sentir criança outra vez. Além de que, nestes locais, encontramos sempre pais com quem trocamos ideias sobre o desenvolvimento das crianças.
É difícil acreditar que já passou um ano, foi tudo tão intenso e passou tão rápido. Se fecharmos os olhos e pusermos aquela música [ I Dare You, The XX], ainda nos lembramos do exacto momento em que o Rodrigo decidiu nascer.
- Um ano de gratidão:
Somos muito gratos por termos um filho com saúde, e que, quando chega a algum lado, preenche qualquer espaço com o seu sorriso e simpatia, ganhando amigos pelo caminho.
- Um ano de realização:
Por sermos pais, por podermos acompanhar o crescimento dele e nos tornarmos pessoas mais completas. Sentimos satisfação por cada centímetro a mais, cada aprendizagem feita (dele e nossa), cada sorriso ou etapa ultrapassada.
- Um ano de desafios:
Porque um filho não é um mar de rosas. Há o cansaço, as discussões, as cedências, o planeamento e muito voltar atrás para ir buscar o que nos esquecemos de colocar na mochila.
- Um ano de amor:
Nosso e de todos os que nos rodeiam. Dos avós, dos tios, dos primos, dos amigos. Para connosco, mas sobretudo para com ele, que o absorve e aproveita como só uma criança sabe, transparente e feliz, muito feliz.
Passou depressa demais e foi muito melhor do que imaginávamos. Por isso este já ninguém nos tira, já está gravado no nosso e no teu coração, querido Rodrigo.
Quando está perto da filha, o Daniel está sempre em cima da miúda. Agarra-a, revira-a, enche-a de beijinhos sem parar… Acho que é por isso que ela não gosta muito de ir para o colo do pai (gargalhadas) Desconfio que “amassa” muito a miúda. Não perde uma oportunidade, está-lhe sempre a dar muitos mimos. Acho que o Daniel está, aliás, a compensá-la porque quando a Margarida era mais pequenina e frágil ele tinha muito medo de pegar nela. Agora está a tentar compensar esse tempo perdido. Ana