Se cantar, o Rodrigo acalma-se. É mesmo engraçado ver como ele reage sempre que começo a cantar… E eu, claro, lá invento muitas músicas! Existe uma que lhe canto e que já cantava à Margarida quando ela era bebé e que é a música da fadista Mariza, ‘Meu amor pequenino’. Também lhe costumo cantar a música infantil ‘A Canção do Orelhinhas’ que é sobre abracinhos e beijinhos. Acima de tudo, procuro sempre cantar-lhe músicas calminhas, e de forma mais pausada. Sei que fica mais relaxado.
Tinha uns 14, 15 anos quando comecei a ouvir Pearl Jam. Ouvi aquilo pela primeira vez e pensei: «O que andei a ouvir até agora e porque é que isto me soa a música?»
Esta banda nunca dá dois concertos iguais. Não apresentam duas vezes o mesmo alinhamento e tocam muitas músicas de outras bandas. Foi através deles que descobri Pink Floyd, The Who, Neil Young, Ramones e fiquei a conhecer Bruce Springsteen mais profundamente. Comecei a gostar de uma série de bandas graças a covers de Pearl Jam. E só depois fui descobrir de onde é que aquilo vinha. Sei hoje que todas estas bandas lhes serviram de inspiração. Porque são músicos muito distintos que formam ali uma amálgama espectacular. Acabei através deles por intensificar bastante a minha cultura musical. É uma banda sonora que tem tudo. Tanto tem música próximas do metal, como umas baladas de rock incríveis. Quando a Margarida está a chorar eu ponho-a ouvir Pearl Jam porque pode ser que resulte. Ou, para azar de todos, canto-lhes muitas das suas músicas.