Hoje tivemos a “visita” de uma mãe habitual da nossa farmácia, e vinha muito bem acompanhada pelo seu filho de 5 anos, um utente assíduo de produtos para a dermatite atópica. Mas desta vez o motivo foi diferente. Tinha ido ao dermatologista porque tinha apanhado o molusco contagioso provavelmente na natação.
A mãe estava preocupada e por isso decidiu ir à farmácia para perceber o que era aquilo do molusco contagioso. Depois do atendimento estar concluído percebi que poderia ser um tema pertinente para abordar, uma vez que é frequente em crianças, mas pode aparecer também em adolescentes e adultos.
O molusco contagioso é uma manifestação de um vírus (Poxvirus) que infecta a pele. Transmite-se por contágio directo pele com pele, ou por partilha de objectos contaminados, como toalhas e esponjas de banho.
A dermatite atópica da criança poderá ter sido um factor de risco para a infecção. Todavia, há outros factores a ter em conta como o estado do sistema imunitário. Em indivíduos portadores do VIH ou transplantados que tomem imunossupressores o risco de contágio é maior.
O vírus demora duas a seis semanas a manifestar-se. Vêem-se lesões rosadas ou amareladas de pequeno diâmetro, parecidas em forma de bolha. Normalmente surgem no tronco, braços, pernas, pescoço ou genitais. É muito importante não coçar, uma vez que poderá fazer alastrar as lesões para outras zonas do corpo.
Quando se encontra numa zona de fácil contacto, por exemplo no braço, é conveniente que sejam cobertas com um penso impermeável para evitar o contágio. Para além dos cuidados habituais de partilha de objectos pessoais.
As lesões, numa pessoa imunocompetente, resolvem-se espontaneamente em cerca de dois meses, mas o vírus pode demorar seis a 12 meses a desaparecer por completo. A parte positiva é que não é habitual ficarem cicatrizes.
O tratamento deste vírus passa por limitar o alastramento das lesões e evitar o contágio a outras pessoas. Os métodos mais frequentes são: curetagem, crioterapia e laser.
Neste caso, o dermatologista optou pela curetagem. Nesse procedimento faz-se a remoção física da lesão, previamente anestesiada, com uma cureta.
Ouve o seu filho a ranger os dentes durante o sono?
O bruxismo é um distúrbio bastante frequente na infância, caracterizado pelo apertar e ranger dos dentes.
A tensão provocada nos músculos e articulações dos maxilares pode provocar dor de cabeça e o desgaste dos dentes. Acaba por afectar a sua integridade e comprometer a saúde oral.
Nas crianças é comum o bruxismo estar associado a obstrução nasal e queixas respiratórias, resultantes de hipertrofia das amígdalas e adenóides.
É normal que ocorram alterações de comportamento e atenção. O diagnóstico é feito em consulta de medicina dentária. O bruxismo nocturno pode ser controlado mediante o uso de uma goteira de relaxamento colocada na boca. A goteira vai proteger os dentes e reduzir a actividade muscular, evitando o contacto entre os dentes (protegendo o esmalte).
É aconselhável criar hábitos de relaxamento antes de a criança dormir, porque além de deixar os miúdos mais calmos, ajuda a criar uma rotina familiar mais zen:
-Tomar um banho quente
-Ouvir música calma
-Ler uma história ou livro
-Evitar actividades estimulantes
Apesar de o bruxismo ocorrer principalmente durante a noite, pode acontecer durante o dia. Neste caso, está, normalmente, associado ao stress e ansiedade. Por isso converse com a criança para perceber medos e ansiedades, ajudando-a a lidar com os problemas.
É frequente ao balcão da farmácia, os pais esclarecerem dúvidas com o farmacêutico de família, acerca dos parasitas intestinais.
Há diferentes tipos de parasitas intestinais, que podem entrar no corpo através do nariz, da pele, dos alimentos, da água ou picadas de insetos. Os mais comuns em Portugal são os Oxiúrus (Enterobius vermicularis) e as populares lombrigas (Ascaris lumbricoides).
A infestação pode ocorrer em qualquer idade mas é mais comum em idade escolar.
Como se transmitem?
A principal forma de contaminação é a via fecal-oral a partir da água ou de alimentos contaminados. Podem também ser transmitidos através de animais de estimação.
Os parasitas instalam-se no intestino, depositam os ovos na margem do ânus e esses ovos podem depois ser disseminados através das mãos, brinquedos ou outros objectos contaminados.
Quando uma criança entra em contacto com outra que está infectada e leva as mãos à boca, os ovos dos parasitas entram no organismo através do aparelho digestivo.
Quais são os sintomas?
É comum a criança ter muita comichão na zona perianal, andar irritada e ter insónias. Estes parasitas podem causar perda de peso, dor abdominal, náuseas, diarreia e febre, entre outros sintomas. Deve consultar o médico em caso de sintomatologia.
Como prevenir ou evitar uma reinfestação?
Em casa devemos explicar aos mais pequenos a importância de lavar as mãos. A preparação adequada dos alimentos, lavagem de frutas e vegetais, evitar a carne ou o peixe mal cozinhados é outra forma de prevenção. Ao desparasitar o seu animal de estimação estará também a proteger a sua família.
Devo desparasitar o meu filho todos os anos?
Só devemos desparasitar crianças e adultos quando há sintomas ou contacto directo com algum dos parasitas. É importante referir que as desparasitações sistemáticas além de não evitarem novas infecções podem desenvolver resistência aos medicamentos antiparasitários, impedindo que sejam eficazes quando realmente necessários.
No regresso às aulas recebemos as boas vindas e ao fim de alguns dias, por vezes a seguinte missiva “Verificámos a existência de crianças com piolhos e lêndeas na nossa escola”.
Nós, pais com filhos a frequentar a escola, recebemos com alguma frequência este tipo de notificações ao longo do ano escolar: costumo até dizer em brincadeira que a escola é o paraíso dos piolhos.
Este micro bicho passeia de cabeça em cabeça quando estas se aproximam e encostam durante aqueles trabalhos de grupo ou, sejamos realistas: durante aquelas sessões de jogos de consolas ou telemóveis, e em brincadeiras como a habitual do salão de cabeleireiro.
Ah! E não nos esqueçamos daquele hábito de pendurar mais de um casaco ou chapéu num só cabide…
Se não receber a missiva informando a existência deste insecto na escola, é aconselhável de vez em quando reunir os míudos e proceder a uma inspecção à cabeça de cada um.
Comece por procurar atrás das orelhas e na nuca (os sítios preferidos dos piolhos). Para ter a certeza que não há piolhos ou lêndeas, passe um pente apropriado (daqueles com os dentes muito finos) nos cabelos da criança, madeixa a madeixa, passando de seguida o pente num lenço de papel branco para visualizar a presença ou não deste parasita.
Se não houver vestígios de invasores, lave o cabelo com um champô preventivo à base de óleos essenciais, que servem como repelente natural.
Hoje em dia há produtos na farmácia para tratar e prevenir os piolhos, não é preciso sujeitar os miúdos ao tradicional banho desagradável com vinagre.
Explique à criança por que não deve partilhar com os amiguinhos os objectos pessoais como roupa, chapéus, bandoletes e não encostar a cabeça aos colegas durante os trabalhos de grupo ou durante as brincadeiras.
Em casa cada um deve ter a sua escova, a sua toalha e a sua almofada: o que se gasta em roupa extra para lavar compensa-se em menor probabilidade de se espalharem os piolhos pela miudagem toda.
Verifique os lençóis e as almofadas, para ter a certeza que não há famílias indesejadas.
Os sofás, as cadeirinhas e os bancos do carro também devem ser alvo de uma inspecção e aspiração. Tudo isto porque basta sobreviver um único piolho para que a praga aconteça.
As roupas devem ser lavadas a 60ºC e os objectos que não se podem lavar devem ficar três dias fechados num saco de plástico.
Por vezes em conversa com as professoras percebo que os recados que enviam para casa não são suficientes para resolver esta epidemia, e que a situação ideal seria todos os pais começarem a fazer o tratamento aos filhos ao mesmo tempo.
Aconselho as professoras, auxiliares e educadoras a terem sempre o cabelo apanhado, porque a probabilidade de apanharem piolhos é menor.
Outro aspecto importante é a necessidade de combater também o próprio preconceito porque, ao contrário dos humanos, os piolhos não são preconceituosos e não fazem a distinção entre cabeças sujas e lavadas.
Os piolhos não voam, tão pouco saltam … mas sabem nadar!
Por isso é tão importante seguir a regra da touca quando se retoma as aulas de natação.
Outro ponto importante, quando aparece um piolho toda a família deve fazer o tratamento ao mesmo tempo e segui-lo à risca.
E, por favor, deixe-se o preconceito de lado e informem-se as professoras que sim, até o nosso filho fofinho apanhou um piolhito. Ninguém o vai interditar ou colocar de quarentena, e conseguimos melhor cuidar da saúde dos nossos filhos.
E já sabe, em caso de dúvida pergunte ao seu farmacêutico de família.
Nesta altura do ano somos invadidos por uma bipolaridade de sentimentos, que passo de imediato a explicar.
Em plenas férias ou final delas para algumas famílias, somos invadidos, ainda de chinela no pé e cheirinho a protector solar na pele, por mega campanhas de regresso às aulas.
Há toda uma panóplia de material escolar para comprar, organizado por cores e bonecada nas prateleiras dos hipermercados e lojas afins, revestido com a parangona da poupança.
Depois de algum tempo de reflexão sobre este fenómeno do regresso às rotinas, o primeiro passo a dar antes de gastar um cêntimo é arrumar, escolher o que se pode aproveitar do ano anterior para o novo ano. Reciclar e poupar pode ser o mote da preparação do regresso à escola.
Se não precisamos das “tralhas”, fica aqui a sugestão de doar e se estiver em mau estado coloca-se nos contentores de reciclagem.
Envolver os mais pequenos no destralhe é uma oportunidade para explicar-lhes que se pode poupar quando reaproveitamos. Assim fica mais fácil de perceberem o porquê de resistir à compra de mais uma mochila, de mais estojo, de canetas e lápis bonitos com o boneco X ou Y.
Façam uma inspeção às mochilas e a todo o material escolar que se pode reaproveitar de um ano para o outro, incluindo entre irmãos, primos e amigos.
Hoje em dia as crianças estão mais sensibilizadas para as causas ambientais e para a importância da reciclagem, por isso vamos aproveitar!
A estratégia pode passar além do material escolar pelo vestuário, os brinquedos, a reorganização do quarto, incluindo o espaço de estudo.
Andamos anos a acumular “tralha” que nem chega a ver a luz do dia.
Muito soro para lavar o nariz e um anti-histamínico de toma oral podem ajudar a enfrentar as crises alérgicas, nariz ora entupido ora a pingar, e os espirros em catapulta provocados pela quantidade de pó e ácaros que se enfrenta assim que se começa a fazer arrumações.
Se tem sugestões de destralhe, partilhe com a sua farmacêutica.
O sol é essencial à vida mas nunca é demais relembrar os seus perigos, entre os quais as queimaduras solares, os famosos escaldões.
Devemos por isso protegermo-nos dos raios solares e redobrar a atenção com os mais pequenos, que devem ter cuidados especiais.
Para o bebé ou criança pequena escolha um protector hipoalergénico com filtros físicos.
Os mais pequeninos não devem estar expostos directamente à luz solar, devendo além da aplicação do protector solar, ser protegidos com vestuário, óculos escuros e chapéu-de-sol de abas largas. Lembre-se de oferecer água com regularidade, porque mesmo que não sintam sede está a evitar a desidratação.
Porque não existem protectores solares completamente resistentes à água, é necessário voltar a aplicá-lo após as banhocas. Apesar de estar na água a radiação UV penetra até 50 cm dentro de água, provocando queimaduras solares nas zonas do corpo mais expostas, como a face, ombros e tronco.
Na praia ou no campo siga os conselhos da sua farmacêutica e diga não ao escaldão.
Com a chegada da Primavera e do bom tempo os lanches no jardim fazem as delícias de miúdos e graúdos. Está na hora de tirar a manta da gaveta e o cesto do Picnic da arrecadação.
Opte, preferencialmente pela fruta, de preferência por peças para “comer à dentada” ou …que não fiquem escuras depois de descascadas.
É aconselhável lavar muito bem todos os frutos antes de os consumir, mesmo aqueles que vão ser posteriormente descascados, deve retirar a casca, se não tiver segurança em relação aos pesticidas que foram usados durante o cultivo, uma vez que grande parte dos químicos usados acumula-se na casca.
A acompanhar fica a sugestão de um pão de Banana que além de ser fácil de confecionar, é delicioso e fácil de transportar.
Leva apenas:
2 Bananas maduras
2 Ovos
1 Chávena de farelo de aveia
1 Chávena de farinha espelta
1 Colher de chá de bicarbonato de sódio
1/2 Chávena de óleo de coco (à temperatura ambiente)
Triturar as bananas no robot de cozinha
Adicionar os restantes ingredientes
Bater tudo até ficar uma massa homogénea
Untar muito bem uma forma rectangular e deitar a massa
Levar ao forno, pré-aquecido a 180 graus, até ficar cozido, aproximadamente durante 25 minutos.
Para completar o cesto do lanche junte um cantil com água e chapéus para todos.
E claro que não pode faltar o protector solar aplicado antes de sair de casa.
Quando chegar ao jardim escolha uma sombra para estender a manta, bom lanche!
Chegou um dos dias mais aguardados pela pequenada, o Carnaval!
É tempo para vestirem a pele do seu super-herói, da princesa favorita, do astronauta ou da bailarina. É vê-los a desfilar pela rua e na escola perante os olhares babados dos papás, de telemóvel em punho a registar todos os ângulos e poses das suas mini personagens num mundo faz-de-conta.
Para ajudar a tornar este momento ainda mais mágico juntam-se às fatiotas as pinturas de rosto. Certifique-se que estas cumprem todas as normas de segurança de brinquedos e cosméticos. Também devem ser à base de água e tão fáceis de aplicar como de remover. Quando escolher uma tinta de rosto e corpo verifique se são indicadas para a pele sensível da criança e que não contêm perfume nem parabenos.
Na hora de retirar as pinturas, prefira produtos de limpeza suaves, que reequilibrem a pele. Se usar água opte por um creme lavante nutritivo, que preserve o filme hidrolipidico, respeitando perfeitamente o equilíbrio cutâneo bem como os efeitos secantes da água calcária. Se optar por uma limpeza sem enxaguamento aplique num algodão uma água de limpeza directamente nas zonas a limpar, com movimentos suaves. Após a limpeza aplique um cuidado hidratante, para recuperar o conforto da pele que pode ficar seca ou sensibilizada devido às tintas.
A propósito do dia dos namorados, mime o seu mais que tudo, com um produto de dermo cosmética. Na sua farmácia, tem à sua disposição uma gama alargada de produtos, entre os quais cuidados hidratantes, de higiene, reparadores, antitranspirantes ou capilares.
Além de escolher o produto adequado ao tipo de pele ou cabelo, deve armazená-lo correctamente e respeitar o seu prazo de validade.
As coisas estragam-se: é um facto da vida. Por vezes a mudança é lenta, como quando falamos da decomposição de alguns plásticos que sabemos demorar centenas de anos… Por vezes é rápida, como quando deixamos a sopa fora do frigorífico e ao fim de dois dias está azeda.
Os processos que fazem com que os produtos se estraguem são muitos e variados, mas o importante a reter daqui é que lá porque são sintetizados em laboratório ou porque aparecem numa forma que se nos aparenta mais ou menos invulnerável, não implica que não se estejam a degradar.
Quando um produto é autorizado a ser comercializado tem de trazer consigo alguns “estudos de estabilidade”, ou seja, a informação do que acontece quando está exposto a determinadas condições de armazenamento durante determinado período de tempo. É com base nisso que se calcula o prazo de validade do produto, que é o tempo estipulado pelo fabricante na qual é garantida a utilização segura de um produto em boas condições:
Se o produto tem uma durabilidade mínima superior a 30 meses, deve indicar no rótulo o símbolo (boião aberto) que inclui o período de utilização em meses e/ou anos.
Se a durabilidade mínima é inferior a 30 meses tem que estar indicado no rótulo uma data limite de utilização.
Mas existem cosméticos sem prazo de validade indicado na embalagem, isto acontece no caso de produtos que não correm risco de deterioração ou de produtos que não se abrem (aerossóis)
É verdade que o produto muitas vezes está “bom” mesmo depois de passar o prazo de validade impresso, mas depende muito de vários factores,como as condições em que esteve armazenado.
Por isso produtos que estão fora do prazo (impresso ou depois-de-aberto), ou que estiveram em condições de armazenamento menos-que-adequados devem ser entregues na farmácia.
Sair de casa, trocar os écrans por um passeio ao parque, ao jardim ou à biblioteca, é uma óptima resolução para por em marcha,agora, no início do ano.
Os mais pequenos vão divertir-se, gastar energias e dormir melhor.
A chegada do Inverno trouxe o frio, mas vamos lá descomplicar e sair para a rua, bem quentinhos, com várias camadas de roupa, para manter o calor e aproveitar o sol de Inverno.
Porque as defesas se criam em condições “adversas”, deve haver o contacto das crianças com o frio.
Antes de sair de casa aplique um creme nutritivo cold cream no rosto e mãos para proteger a pele das agressões externas.
Na mochila não pode faltar:
Stick nutri protector, com cold cream, para aplicar nas maçãs-do-rosto da criança e renovar a aplicação sempre que necessário;
Toalhetes;
Fraldas;
Biberão ou cantil com água;
Snack;
Gorro e cachecol;
Muda de roupa;
E se chuviscar, vista o impermeável, calce umas galochas aos garotos e deixe-os saltar nas poças de água, vale tudo menos ficar com as crianças fechadas o Inverno inteiro!