Não temos dúvida: somos melhores pessoas graças ao nascimento do Rodrigo. Estamos sempre a aprender com ele. Obriga-nos a saber mais sobre educação, a ler emoções, lidar com situações complicadas. Às vezes irritamo-nos, mas acabamos por perceber que não serve de nada. Por outro lado, aprendemos a funcionar em equipa. Quando ele exige atenção e estamos cansados, um de nós assume o comando ou falamos com ele e procuramos explicar isso mesmo.
Desde pequenino que o Rodrigo gosta muito de música. Achámos por isso que seria interessante ele frequentar um conjunto de aulas para adquirir conhecimento musical e auditivo. Nesses encontros cantam-se canções, exploram-se diferentes tipos de sons, de instrumentos musicais, mas também outros alternativos como o som das ondas do mar.
Esta é uma oportunidade de o Rodrigo aprender a explorar música de uma forma mais estruturada.
O Rodrigo está perfeitamente adaptado à escola. Se no início custou a adaptar-se às rotinas do sono – ele dormia um pouco mais tarde em casa – , agora já quer ficar lá por mais tempo. Às sextas-feiras, por exemplo, quando o vamos buscar ele quer sempre ficar para andar pelo jardim ou brincar com outros meninos.
Ver o crescimento dos nossos filhos é algo maravilhoso. Neste momento, eles já não são uns bebés e estão a descobrir o mundo e a formar as suas próprias personalidades. São tão pequenos, tão perfeitos, e tão diferentes.
O meu filho é mais introvertido do que a irmã, mais observador e atento. Diria até que é pacato. Já ela é sociável, afectuosa e mais temperamental. Notamos, por exemplo, que gosta de liderar e «tomar as rédeas» em qualquer situação.
Eu acho-a teimosa como o pai, mas o Daniel brinca imenso por ela ser mandona. Diz que ela é igual à mãe. Curiosamente, identificamos uma inversão de papéis quando estamos em casa: quando estão a brincar, a Margarida é submissa face ao irmão.
A educação parental é sempre fundamental, mas nos dois anos é prioritária. É quando começam a definir a personalidade. A Vera é "coração mole" e facilita mais. Eu, apesar de brincalhão, só falo uma vez e eles cumprem. A presença e afirmação do pai é fundamental nesta fase da educação. O Rodrigo explora e testa os limites ao máximo. É mesmo maroto. É um menino muito activo e é bom vê-lo crescer com saúde. Apesar dos desafios, já percebe os princípios básicos e as regras de uma boa educação. Raramente sai da mesa sem pedir “por favor, pede desculpa à mana quando a magoa e dá-lhe beijinhos. Diz obrigado, entre outras palavras, que nós designamos como mágicas.
Apesar de ser uma fase de mudança –nova sala e novos amigos – o regresso à escola está a ser vivido com tranquilidade. A Margarida e o Daniel adoraram voltar às aulas. Ela mal entra no carro faz o relato do dia e a primeira coisa que me diz é que brincou muito com os amiguinhos. Dizem-nos que ela é muito bem-comportada e sempre a primeira a ajudar nas tarefas da escola, inclusive quando é hora de arrumar a sala.
Cá por casa, quando chega a hora de o Rodrigo dormir tentamos cumprir uma rotina: jantamos e, depois, procuramos acalmá-lo sem ecrãs nem estímulos que o excitem muito. Brincamos os três na sala e, a seguir, vamos para o quarto onde, todos os dias, lhe lemos uma ou várias histórias. O Rodrigo sempre precisou de nos ter por perto para adormecer. É assim até hoje.