Agora que o Rodrigo dorme toda a noite, consegui regressar aos piquetes nocturnos. Já fiz dois e o Rodrigo tem-se portado muito bem. Quando o vou deixar aos meus pais fica sempre desconfiado e só quer colinho. Fica encostadinho à mãe, mas depois vai ver os popós e rapidamente se esquece. Depois, pelas 22h, vou dar-lhe a maminha e deixo-o a dormir. Tem funcionado bem. Para mim, tem sido cansativo mas sair da rotina e fazer o que se gosta tem sido também motivador. Além disso, acumular as funções de chefe de piquete tem sido inspirador. Posso desenvolver algumas dinâmicas e estimular a equipa. Tenho muito a aprender mas quero seguir o caminho certo.
Na escola o Dinis nunca teve problemas para dormir. A educadora conta que basta mudar-lhe a fralda, dar-lhe a chupeta e aconchegá-lo. Não precisa que o adulto fique ao pé dele. Quanto muito, às vezes tenta levantar-se, mas quando elas lhe dizem para se deitar ele vai e fica tranquilo. Em casa está a ser mais difícil. O Dinis ainda não adormece sozinho, precisa do colo da mãe e da mama para adormecer. Às vezes faz a sesta na cama dele mas à noite, mal acorda a primeira vez para mamar, passa para a nossa cama e fica lá o resto da noite. A juntar a isto, há noites em que o Miguel também acorda e vai para a nossa cama. Ficam lá os três e eu tenho de ir para o sofá. As noites são um pouco atribuladas e eu ando com algumas saudades de dormir na cama. O desmame é uma decisão da mãe e, embora falemos nisto, ainda não aconteceu e nem temos data prevista. Deve estar para breve. Temos de experimentar colocar o Dinis no quarto do Miguel, ele parece dormir melhor quando está ao lado do irmão.
Ainda é difícil termos noites de sono completas. Por volta das 22h00, 22h30, o Rodrigo está a dormir. Por vezes, acorda às três da manhã, dou-lhe de mamar e meto-o outra vez na cama. Pelas 6h, 6h30 já está acordado. De vez em quando, dorme noites inteiras mas nem sempre. Tenho a sensação de que enquanto estiver muito dependente da mama, vai continuar a acordar durante a noite. Ele bebe um biberão de 270 de leite, dou-lhe mama e mesmo assim acorda.
As noites tranquilas duraram pouco tempo. Os meus filhos adoram dormir na nossa cama e, de há duas semanas para cá, interrompem-nos o sono para irem dormir na nossa cama. Normalmente a Margarida acorda primeiro, a chamar por mim e a pedir para fazer “naninha”, que 'quero ir para a tua cama'. E vai, claro. Caso contrário berra e esperneia até que eu ceda. Passado pouco tempo lá vem o meu filho, sempre acompanhado da sua almofada, exigindo deitar-se no 'seu lado', onde se deita o pai. O Daniel pai, coitado, vai sonolento deitar-se no quarto dos meninos onde passa o resto da noite. Isto não é fácil...
Contam as minhas tias e os meus pais que, quando eu era pequeno, adormecia em qualquer lado. Chamavam pelo Hugo e lá estava ele a dormir a sestinha. Uma vez, devia ter a idade do Rodrigo, estava à mesa a jantar e simplesmente adormeci. O Rodrigo herdou de mim esse hábito. Sempre que se quebra a rotina do infantário ao almoço, adormece à mesa. Por vezes já come a pestanejar. Ao fim-de-semana o almoço não pode passar das 12h30, porque o resultado é uma sesta à mesa. Ainda hoje, sempre que posso, gosto de dormir a sesta depois do almoço.
As necessidades de sono evoluem com o avançar da idade da criança. No entanto, há cuidados - tais como, o cumprimento de horários - que devem ser assegurados ao longo de todo o crescimento.
Apesar de o Rodrigo ser muito ligado à mãe, tem uma excelente relação comigo. Gosto muito de brincar com ele. Ele continua a ser muito "noiteiro" mas, no dia em que chego, normalmente dorme a noite quase toda, até às 7h. É como se a minha presença o anestesiasse. Acho que fica mais tranquilo.
Desde que a Ana passou a levar os meninos à escola a minha rotina alterou drasticamente. Consigo chegar ao trabalho mais cedo e depois tento chegar a casa um pouco mais cedo. Na sequência disso, conseguimos dar o banho e o jantar mais cedo aos miúdos. Depois eu leio uma história aos meninos e temos usado uma nova estratégia na hora de dormir. Adormecemos os miúdos em quartos separados, eu adormeço o Daniel e a Ana fica com a Margarida. Tem funcionado. Eles adormecem bem mais rápido e quando olhamos para o relógio a pensar que é meia noite ainda são 22 horas! Eles têm os horários perfeitamente ajustados ao dia-a-dia escolar e sobra mais tempo para nós. Daniel
Mais uma vitória: os irmãos passaram a dormir no mesmo quarto e tudo correu bem. E é maravilhoso o Daniel e eu termos o quarto finalmente só para os dois.
Estava a ficar cansada de amamentar e depois de uma conversa esclarecedora com a pediatra, decidi que estava na hora de parar. Ganhei coragem e no fim de semana que se seguiu deixei de a amamentar. Na primeira noite custou-nos um pouco. E digo custou-nos porque apesar da decisão ter sido minha, sofri com ela o desmame. A noite seguinte foi bem mais calma. Foi uma boa decisão. A Margarida ficou mais independente, passou a dormir a noite toda. Estamos as duas mais relaxadas e bem-dispostas. Amamentar é bom, faz muito bem, mas não tem de ser para sempre. Quando se torna um vício é necessário parar sem peso na consciência.