Apesar da tenra idade, a Margarida tem demonstrado grande capacidade de concentração. Adora actividades que a desafiem mentalmente. Gosta muito de fazer puzzles e brincar com dominós. É capaz de ficar longos períodos a brincar, sempre muito compenetrada. Fico embevecida a olhar para ela. Sozinha vai juntando as peças e identificando as semelhanças e diferenças. Fica tão orgulhosa de conseguir fazê-lo sem ajuda que até bate palmas. É um espectáculo de miúda!
Já conseguimos perceber o temperamento do Rodrigo. Sabe o que faz bem e mal, distinguir o que os pais acham estar bem ou mal e brincar com isso. Tem um ar de gozão. Também já nos coloca à prova muitas vezes. Faz muitas coisas que sabe que não pode mas faz na mesma, só para ver a reacção dos pais.
Com a Primavera, vamos tentar desfraldar o Rodrigo. O ‘pitó’, o nome que damos ao bacio no Fundão, está na casa de banho e ele já diz que é para o cocó. Ele senta-se e acha piada. Já começa a fingir que está a fazer força mas, até agora, nunca fez nem chichi nem cocó. A Margarida anda toda entusiasmada com a situação e gosta de ir buscar livros e contar histórias ao irmão, enquanto ele está no ‘pitó’, na esperança de que algo aconteça. Vamos ver como corre.
A Margarida desde muito cedo comunicou muito bem. Dizia tudo direitinho, com a idade do Rodrigo dizia imensas coisas e sabia os sons dos animais quase todos. O Rodrigo é mais preguiçoso. Adora fazer castelos com os legos, colocar as peças geométricas nos sítios certos, mas também agarra em livros e folheia-os como se estivesse a contar uma história, identifica alguns animais e imita os sons. De facto, nunca se pode comparar duas crianças que cada uma tem o seu ritmo.
O Hugo nem sempre está presente. Em Dezembro, esteve na Brigada de Montanha, por isso, não enfeitou a casa nem montou a árvore de Natal connosco. E só veio passar a consoada com a família, depois teve de voltar. Faz parte da rotina… Esta é uma época bastante concorrida na Serra da Estrela. Felizmente, o ano novo já foi passado em família. Nem sempre é fácil gerir a logística sozinha com duas crianças só com dois anos e oito meses e de diferença, mas conto com a ajuda dos meus pais. Nota-se que o Rodrigo também sente muito a falta do pai. Basta ver qualquer coisa quadrada, põe logo na orelha como se fosse um telefone e diz: “Pai, estou, pai?”
Quando vivíamos os dois sozinhos cada um de nós fazia o que lhe dava na real gana. Podíamos acordar mais tarde ou mais cedo. E também jantar fora e ficar até muito tarde e fazer uma vida em que não nos responsabilizávamos por ninguém A partir do momento em que tivemos o Rodrigo, todas as rotinas mudaram. Além disso temos que garantir em primeiro lugar as necessidades dele, para de seguida podermos fazer as nossas coisas.
Diogo
Quase tudo aquilo que fazemos exige planeamento. As refeições, as saídas, os passos seguintes: a escola e a natação exigem planeamento que normalmente deverá ser feito com antecedência. Acho, no entanto, que os grandes desafios estão para vir. Quando nos ligarem da escola a dizer que ele partiu a cabeça, ou quando ele ficar muito doente, ou mesmo um berreiro no meio de um centro comercial ou de um restaurante.