E o dia chegou! O Rodrigo estava bastante animado e cheio de energia, eu a sofrer de angústia por dentro e a tentar mostrar-me calma por fora.
Decidimos que seria o pai a levá-lo e a fazer a adaptação. O Diogo é tranquilo e descontraído e transmitiu-lhe essa energia nos dias seguintes.
Na primeira semana ficou apenas umas horinhas, na semana seguinte começámos os momentos mais desafiantes de o deixar com segurança e de ver que estava bem entregue.
O segredo é haver muito colinho envolvido (nosso e da escola) e estamos cá para o confortar o mais possível neste momento. De coração apertadinho, é um facto, mas cheios de coragem e vontade de que corra tudo pelo melhor.
A educadora do Rodrigo disse-nos que iriam mudá-lo de sala. Já passou o mês de Julho a comer e dormir com os meninos mais crescidos, a ir para o parque brincar. Para nós, é uma satisfação pois ele sempre foi muito autónomo. No dia seguinte, já havia comentários das auxiliares a dizer que o Rodrigo era um espectáculo a comer e a dormir. No dia em que a educadora me viu, disse o mesmo e reforçou que ele quase nem precisa de babete, come sozinho, quase sem se sujar, na hora da sesta vai para a caminha dele sozinho deita-se e dorme. Acorda sempre bem-disposto e vai para o parque brincar com um sorriso contagiante.
A integração da criança na comunidade escolar traz, em muitos casos, uma inquietação estruturante aos pais: qual o melhor lugar para crescer. Na companhia dos avós ou numa creche?
Inicialmente tínhamos inscrito o Rodrigo numa creche, mas, entretanto, o proprietário vendeu o edifício e a creche deixou de existir. Acabámos por contratar uma ama para estar em casa. Como seguimos a filosofia Montessori costumamos indicar um conjunto de actividades para o Rodrigo fazer durante o dia, de forma livre e sem grande exigência de horários como é costume acontecer numa creche. Por outro lado, ao ficar com a ama em casa ele não fica tantas vezes doente. Uma coisa essencial é o Rodrigo ir todos os dias à rua ao parque ou dar um passeio. No período da manhã, que é quando temos uma pessoa a cem por cento dedicada a ele, as actividades são mais estruturadas enquanto à tarde ele fica mais à vontade. Por exemplo, a Adriana pode estar na cozinha e o Rodrigo fica junto a ela na torre de aprendizagem. Isso permite-lhe ver como é que os legumes são cortados, entre outras tarefas. Ana e Diogo