O nosso agregado familiar aumentou, não foi consensual, mas aumentou. A Chama-se Luna e é uma cadela. Os progenitores são cães de guarda da escola dos meus filhos e desde o primeiro dia de vida que ouvíamos falar dela.
Inicialmente era para ficar em casa dos meus pais, porque a minha mãe queria que os netos tivessem contacto com um cão.
Eu jamais quis um animal doméstico – e continuo a não querer – mas não há nada que não façamos pelos nossos filhos. Especialmente se o pai – Daniel – se junta na luta. Entre ele e a Luna foi amor à primeira vista e a ideia de ficarmos com a cadelinha partiu dele. Perante tanta insistência cedi. Meus amigos não há nada que uma mãe não faça pelos filhos. Se não os consegues vencer, junta-te a eles. Bem-vinda, Luna.
Os meus pais sempre tiveram cães e umas rolas. Neste momento têm um cãozinho, o Pipo que a avó Bia arranjou para os netos. Claro que acaba por ser a avó a tratar dele. Só que o cãozinho é um bocado agitado assusta-os um bocado porque dá muitos saltos e às vezes até parece querer morder na brincadeira. O Dinis também não é indiferente ao Pipo. Já tem curiosidade relativamente aos sons e fica bastante curioso quando o ouve ladrar. Às vezes assusta-se, o que é normal. É tudo um mundo novo para ele.
Estou de baixa médica desde Abril. É incrível como um simples papel nos condiciona a vida. De um momento para o outro deixei de passar os dias na Universidade da Beira Interior e estamos em casa a tempo inteiro. Eu e a minha gravidez. O resto do agregado continua nas suas rotinas. A Margarida está no colégio e o Hugo no Quartel dos Bombeiros do Fundão. Só o Rex, o labrador preto da família alterou as suas dinâmicas caninas. Começo a reparar que o nosso cão deixou de dar os seus passeios habituais pela aldeia e fica de guarda noite e dia. E quando saio um par de horas para a consulta pré-natal ou para a fisioterapia (por causa de uma hérnia na lombar) ele vem cumprimentar-me aos saltos como se eu estivesse a regressar de uma longa viagem.