Na escolinha do Dinis, na Sala Azul Escura, ele tem um amiguinho que tem um bebé de brincar. Então, o Dinis começou a pedir-nos um. Sempre que o ia buscar à escola, pedia um bebé para brincar: «Mãe, comprar bebé. O Dinis quer compras». Muitas vezes chorava porque eu respondia que o Pai Natal ia trazer-lhe um bebé de brincar. Um dia, rendi-me e, assim que o fui buscar à escola, fomos comprar um bebé chorão, que diz mamã e papá. O Dinis ficou tão feliz, tão feliz, que adormece todas as noites agarrado ao bebé Zara. Sim, ele batizou o bebé de Zara!
Aproxima-se o Inverno e os programas na rua ficam limitados. Decidimos criar um espaço mágico dentro de casa. Além dos quartos e do jogo às escondidas, todas as brincadeiras serão ali. Há uma secretária com folhas e pinturas, uma estante cheia de livros, uma tenda de princesas, outra tenda com um túnel e uma piscina com bolas, muitos brinquedos e dois sofás para descansar. O quarto está decorado a rigor com quadros com os nomes deles e outro pintado por eles. É o cantinho da magia. Tudo se pode viver ali, mas com uma regra bem definida: ninguém sai sem o quarto ficar arrumado.
Chegou o dia de as bruxas saírem à rua ou, como diz a Margarida desde que viu o filme "Coco", o "Dia de los Muertos". A Margarida sempre gostou destes dias. Há três anos que fazemos a abóbora e ela veste-se a rigor para ir para a escola. Este ano, o Rodrigo também já fez parte do cenário. O vizinho Paulo ofereceu a abóbora. Adoraram mexer e limpar: espalharam os fios da abóbora pelas cadeiras e o Rodrigo estava tão entusiasmado que teve de ir para a banheira de seguida. Eu recortei e coloquei a vela. No dia 31 de Outubro, foram vestidos a rigor para um dia fantástico e jantámos à luz da abóbora. Houve direito a doçuras mas, como não podia deixar de ser, também houve travessuras.
Repito sempre as brincadeiras com os dois. Ainda mais agora. A Margarida já se apercebe de muitas coisas e o Rodrigo começa a analisar muito bem se eu faço para ele ou se só faço para a Margarida. Também tenho de fazer com ele. Normalmente, tenho as brincadeiras em conjunto com os dois, para todos ficarem felizes. E adoro.
Já conseguimos perceber o temperamento do Rodrigo. Sabe o que faz bem e mal, distinguir o que os pais acham estar bem ou mal e brincar com isso. Tem um ar de gozão. Também já nos coloca à prova muitas vezes. Faz muitas coisas que sabe que não pode mas faz na mesma, só para ver a reacção dos pais.