Temos passado muitos domingos com os avós em Gambelas (Faro). Aproveitamos os fins-de-semana em que o Luís tem de trabalhar e vamos lá almoçar e passar a tarde. Para os miúdos é óptimo, porque os meus pais vivem numa vivenda com quintal, e eles podem jogar futebol e brincar ao ar livre. E é uma forma de manterem um contacto próximo com os avós, o tio e os sobrinhos.
A minha mãe está na Academia Sénior do Fundão e eles estão a preparar um teatro de fantoches. Sempre que a Margarida e o Rodrigo dormem em casa da avó, ela treina as histórias e eles adoram ouvir. A Margarida agora já as decorou e quando a avó se engana ela diz logo: “Não é assim, avó”.
As dinâmicas de fim-de-semana são muito variáveis. Só temos uma actividade para cumprir: o Rodrigo tem natação ao sábado de manhã. Depois almoçamos, ele dorme a sesta e a tarde é livre para fazermos outras coisas com amigos ou com os avós. Tanto os avós podem vir ter connosco como vamos a um parque. Os domingos não têm um padrão. Fazemos por norma actividades de lazer. Tanto podemos visitar os meus pais em Torres Vedras, ou ir aos avós em Carnaxide. Podemos ir a Belém e os avós vêm ter connosco, ou vamos a uma exposição a um museu. Varia bastante. Tentamos sair de casa, isso sim, mas não é certo. Às vezes convidamos pessoas para nossa casa. Principalmente se tiverem crianças porque apesar de tudo, um almoço em casa acaba por ser mais tranquilo. Em casa ele tem os seus brinquedos e consegue estar mais à vontade do que num restaurante.
Um dos programas preferidos de fim-de-semana é visitar os avós. Desta vez aproveitámos o sol de Inverno e fomos visitá-los. Os meninos estiveram a apanhar laranjas no quintal. O Dinis gostou da experiência, mas achou mais piada às laranjas do que ao sabor do sumo. Luís
No Dia de Reis, juntamo-nos todos em casa da minha mãe a cantar. Ela tem todo o tipo de instrumentos em casa. É muito divertido. O Rodrigo e a Margarida já adoram música.
A integração da criança na comunidade escolar traz, em muitos casos, uma inquietação estruturante aos pais: qual o melhor lugar para crescer. Na companhia dos avós ou numa creche?
Hoje transcrevo uma carta que a minha mãe escreveu aos netos. São linhas de puro afecto. Luís
É muito gratificante sermos avós. Gostamos de contar-lhes como foi a nossa infância. Através de histórias e cantando canções. Lembrando como eram as nossas brincadeiras, com coisas muito simples. Contamos coisas que a eles lhes parecem completamente impossíveis. Temos três netos que são a nossa alegria, para mim todos têm um grande significado. Sinto, no entanto, que tenho uma ligação especial com o Dinis. Porque no dia do seu nascimento (12 de Abril 2017) estava no I.P.O. a fazer um tratamento e as coisas complicaram-se bastante. Tenho fé que foi o meu pequeno Dinis – na companhia dos médicos e enfermeiros – que veio em meu auxílio. Desejamos ter tempo e saúde para contarmos aos nossos netos, como crescemos felizes e gostávamos de lhes transmitir a simplicidade e a humildade que nos é característica, para que possam crescer felizes também.
Os miúdos ficam sempre muito contentes quando estão com os avós. Atrevo-me a dizer – e até com alguns ciúmes – que acredito que, se eles pudessem, trocavam facilmente a nossa companhia. E isso deve-se muito ao facto de os meus pais permitirem que eles façam tudo o que querem. Com os avós andam às cavalitas, vão ao parque, vêem vídeos nos telemóveis sem restrições de tempo... Nas últimas férias, por exemplo, a Margarida foi a verdadeira menina do avô. Os dois fartaram-se de brincar.