No aniversário da Margarida oferecemos-lhe um toucador. Ela adora brincadeiras típicas de menina, o que significa que qualquer visita tem lugar reservado no salão de beleza da minha pitocas. Ela penteia, ela maquilha, ela tira fotos e elogia... é mesmo uma graça! A sua vítima preferida é a minha mãe. Coitada, lá se senta no sofá minúsculo e é um tal puxa cabelo para um lado e puxa cabelo para o outro lado. Ela queixa-se, mas acho que no fundo adora. Avó também sofre.
Desde bem cedo que o Dinis aprecia frutos secos. Desta vez fomos com o avô Chico apanhar amêndoas no terreno dele. Depois chegou a hora de partir e comer o resultado da apanha. Estas pequenas coisas são importantes, para eles saberem que a origem dos produtos não é numa prateleira de supermercado.
Aos fins-de-semana costumamos convidar o avô Francisco para almoçar connosco. Ele gosta de visitar os netos e o Dinis tem um grande carinho pelo "avô do piu-piu". Chama-lhe assim porque foi ele que ofereceu o passarinho. Nem sempre o Dinis come bem as refeições connosco, mas com o avô presente é diferente. Talvez seja o respeito pelo mais velho.
A minha mãe está na Academia Sénior do Fundão e eles estão a preparar um teatro de fantoches. Sempre que a Margarida e o Rodrigo dormem em casa da avó, ela treina as histórias e eles adoram ouvir. A Margarida agora já as decorou e quando a avó se engana ela diz logo: “Não é assim, avó”.
No Dia de Reis, juntamo-nos todos em casa da minha mãe a cantar. Ela tem todo o tipo de instrumentos em casa. É muito divertido. O Rodrigo e a Margarida já adoram música.
Cá no Fundão, fazer filhoses no Natal é uma tradição. Vamos para casa da minha mãe, que aprendeu a receita com a mãe dela, a minha avó Elvira. O Rodrigo gostou muito de mexer na massa.
Hoje damos a palavra à minha avó Teresa, os almoços em casa dela são uma animação.
Daniel
Sempre que fazemos almoços vêm cá os meus filhos, netos e bisnetos. Quando estamos todos, somos 20. Agora já não cozinho. As minhas filhas preparam tudo. Sobremesas, cada uma traz a sua. Combina-se o que se há-de fazer, a minha nora também ajuda. Eu faço a sopa e de resto são elas que se organizam. Ao domingo de manhã assisto à missa pela televisão, e de repente a casa enche-se de família. Se for assado de véspera deixo as batatas descascadas, como sempre fiz. Depois a minha nora adianta e põe o assado no forno. As minhas filhas chegam e põem a mesa. A mesa tem 12 lugares, mas quando somos 20 acrescento outra. Sempre que podemos reunimo-nos todos cá em casa. Eles gostam de vir à avó e eu também gosto de os ter aqui. O meu marido também gostava muito de ter os filhos e os netos, tudo junto dele. Eu continuo a tradição.