Ser bombeira voluntária nos dias de hoje
Não é fácil ser voluntário, quando se trabalha, tem casa, marido e filhos, mas o amor e a dedicação à causa transformam o impossível em possível. Faz-me bem, sinto-me útil e sei que os meus filhos vão sentir orgulho nos pais. Quando tomei a decisão de progredir na carreira de bombeira – promoção a subchefe– sabia que teria de fazer um esforço porque o Rodrigo é muito pequeno e a Margarida requer muita atenção. Fiz formação pós-laboral numa localidade a mais de uma hora de casa de quarta a sexta-feira e também ao fim-de-semana. Só o fiz com a ajuda do Hugo e dos meus pais e muita força de vontade para aprender, rever conceitos e melhorar o desemprenho como elemento de chefia. O dia da mãe não foi o expectável. Em vez de abraçar os meus filhos, vesti a farda e concluí com sucesso a formação de chefe de equipa de incêndios urbanos. Senti saudades deles, mas sou da opinião que o dia da Mãe será todos os dias. Dia 27 de Maio foi um dia de muitas emoções, concluí também a formação de chefe de equipa de incêndios florestais e fui condecorada com os galões de subchefe. Para vestir a farda é preciso muito mais do que formação, é preciso ter coragem, tempo, motivação e acima de tudo, amor à causa e gostar de ajudar o próximo. Gosto de receber em troca um sorriso de um doente terminal, a felicidade de uma mãe que deu à luz, ou a história de um velho que nos transmite experiência de vida ou sorri apenas pela nossa presença. De todos os bombeiros que conheço não há um que se arrependa da escolha que fez. É esta força que nos faz ser bombeiros.
Vera