Liberdade, liberdade
O 25 de Abril foi – daquilo que vem nos livros, porque para quem nasce no final da década de 80 só mesmo nos livros é que o revivemos – a revolução que nos trouxe liberdade, libertando-nos do julgo da avarenta, mas poupada ditadura Salazarista, que nem a Primavera Marcelista – não deste, mas do Caetano – conseguiu salvar.
Falar de liberdade é algo de natural já que não conseguimos conceber o mundo sem ela. Mas só esse mundo, o nosso, restringido pelo alcance daquilo que queremos ver, escolhendo fingir que boa parte do mundo onde a liberdade é, no melhor dos cenários, relativa, não existe.
Neste nosso mundinho introspectivo a minha liberdade, que é plena, foi amarrada pelo nascimento de dois filhos seguidos, que me obrigaram naturalmente a deixar de ser o eu – aquele que fazia o que queria quando queria – para ser o “papá”, aquele que faz aquilo que for o melhor para os filhos o tempo todo. Mas a verdade é que esta ditadura filial não me incomoda nada, foi o melhor que me podia ter acontecido.
Daniel