A prática regular de actividade física proporciona uma melhoria no bem-estar das crianças e ajuda ao desenvolvimento das suas habilidades psicomotoras e emocionais. Por influência principalmente da Margarida, que adora saltar à corda, jogar à macaca, correr e saltar, o Rodrigo adora mexer-se. É engraçado que tudo serve para fazer exercício: sofás, cadeiras, enfim... Nós apoiamos e colaboramos pois o exercício físico permite desenvolver habilidades de controlo, coordenação, equilíbrio, resistência e agilidade em diversas actividades pessoais e sociais.
No regresso às aulas recebemos as boas vindas e ao fim de alguns dias, por vezes a seguinte missiva “Verificámos a existência de crianças com piolhos e lêndeas na nossa escola”.
Nós, pais com filhos a frequentar a escola, recebemos com alguma frequência este tipo de notificações ao longo do ano escolar: costumo até dizer em brincadeira que a escola é o paraíso dos piolhos.
Este micro bicho passeia de cabeça em cabeça quando estas se aproximam e encostam durante aqueles trabalhos de grupo ou, sejamos realistas: durante aquelas sessões de jogos de consolas ou telemóveis, e em brincadeiras como a habitual do salão de cabeleireiro.
Ah! E não nos esqueçamos daquele hábito de pendurar mais de um casaco ou chapéu num só cabide…
Se não receber a missiva informando a existência deste insecto na escola, é aconselhável de vez em quando reunir os míudos e proceder a uma inspecção à cabeça de cada um.
Comece por procurar atrás das orelhas e na nuca (os sítios preferidos dos piolhos). Para ter a certeza que não há piolhos ou lêndeas, passe um pente apropriado (daqueles com os dentes muito finos) nos cabelos da criança, madeixa a madeixa, passando de seguida o pente num lenço de papel branco para visualizar a presença ou não deste parasita.
Se não houver vestígios de invasores, lave o cabelo com um champô preventivo à base de óleos essenciais, que servem como repelente natural.
Hoje em dia há produtos na farmácia para tratar e prevenir os piolhos, não é preciso sujeitar os miúdos ao tradicional banho desagradável com vinagre.
Explique à criança por que não deve partilhar com os amiguinhos os objectos pessoais como roupa, chapéus, bandoletes e não encostar a cabeça aos colegas durante os trabalhos de grupo ou durante as brincadeiras.
Em casa cada um deve ter a sua escova, a sua toalha e a sua almofada: o que se gasta em roupa extra para lavar compensa-se em menor probabilidade de se espalharem os piolhos pela miudagem toda.
Verifique os lençóis e as almofadas, para ter a certeza que não há famílias indesejadas.
Os sofás, as cadeirinhas e os bancos do carro também devem ser alvo de uma inspecção e aspiração. Tudo isto porque basta sobreviver um único piolho para que a praga aconteça.
As roupas devem ser lavadas a 60ºC e os objectos que não se podem lavar devem ficar três dias fechados num saco de plástico.
Por vezes em conversa com as professoras percebo que os recados que enviam para casa não são suficientes para resolver esta epidemia, e que a situação ideal seria todos os pais começarem a fazer o tratamento aos filhos ao mesmo tempo.
Aconselho as professoras, auxiliares e educadoras a terem sempre o cabelo apanhado, porque a probabilidade de apanharem piolhos é menor.
Outro aspecto importante é a necessidade de combater também o próprio preconceito porque, ao contrário dos humanos, os piolhos não são preconceituosos e não fazem a distinção entre cabeças sujas e lavadas.
Os piolhos não voam, tão pouco saltam … mas sabem nadar!
Por isso é tão importante seguir a regra da touca quando se retoma as aulas de natação.
Outro ponto importante, quando aparece um piolho toda a família deve fazer o tratamento ao mesmo tempo e segui-lo à risca.
E, por favor, deixe-se o preconceito de lado e informem-se as professoras que sim, até o nosso filho fofinho apanhou um piolhito. Ninguém o vai interditar ou colocar de quarentena, e conseguimos melhor cuidar da saúde dos nossos filhos.
E já sabe, em caso de dúvida pergunte ao seu farmacêutico de família.
O lado pedinchão do Rodrigo ainda não despertou. Com excepção da fruta. Fomos ao supermercado e cada fruta em que eu pegava ele dizia: «a mamã dá kiwi, a mamã dá banana. Expliquei que era preciso pagar primeiro. E usei a estratégia: «Tenho aqui um sumo que trouxe para ti. Queres o sumo?» E dei-lhe a alternativa possível. Não lhe ia dar uma coisa que ainda não estava paga. Expliquei-lhe isso e daquela vez resultou. Damos o exemplo da fruta porque ele adora e é difícil resistir. Relativamente a outros produtos ainda não se manifestou.
Fomos passar uma semana de férias a Sesimbra. Passámos momentos muito divertidos em família. Os pequenos adoraram a surpresa que lhes fizemos: ver os golfinhos no Rio Sado de barco. O Rodrigo adormeceu durante a viagem, mas a Margarida estava muito entusiasmada e fazia uns barulhos semelhantes aos dos golfinhos. Quando se aproximavam do barco, só ria e dizia: «Estou tão feliz. Obrigada, mãe e pai!» Para a ver assim tão alegre, valeu a pena. O Rodrigo ainda acordou a tempo de ver os golfinhos. Ficou muito sério a olhar até começar a chamá-los e a dizer: «Mãe, “oto”». Foram umas férias espectaculares.
O Dinis gosta muito de correr e jogar à bola. Qualquer coisa que se pareça com uma bola, lá vai ele a correr. Uma vez já me abordaram no Parque da Juventude, por o Dinis jogar à bola com tanto afinco e jeito. Já com um ano e meio se notavam as suas habilidades para a bola, é surpreendente! O Dinis também gosta muito de andar de escorrega. Delira com escorregas bem altos e amplos e adora desafiar o perigo em estruturas infantis apropriadas a crianças mais velhas. Outras diversões são andar de triciclo com os colegas e os jogos de encaixe e construção de torres, tendo como comparsa o mano Miguel ou algum amiguinho da escola.
Quatro anos depois regressei aos festivais de Verão. Antigamente era habitué. Fui com uma amiga e passei uma noite fora de casa. Correu lindamente. Os miúdos portaram-se bem e, segundo o pai, nem perguntaram por mim. Deve ser mentira, mas ajudou a minimizar os problemas de consciência e a aproveitar aquele dia de folga. Por outro lado, as saudades foram muitas. Sabe muito bem sair de casa, mas é bom voltar cheia de saudades dos meus gordinhos. Será um programa a repetir.