Não têm sido fáceis os últimos tempos. Ainda estou a usufruir do horário reduzido para a amamentação mas não estou a conseguir cumpri-lo. Temos muito trabalho e falta de pessoas. Uma das minhas colegas foi mãe. O marido trabalha comigo e também está de licença. Tenho chegado a casa tarde e muito cansada. O infantário fecha às 19h e, às vezes, vou buscar os meninos perto dessa hora. O meu horário de saída é às 16h. Não tem sido fácil, tem havido um desgaste físico e psicológico muito grande mas chego ao infantário, desligo um botão e ligo o outro. A partir daí, o tempo é deles. Agora quero ver se consigo conciliar pelo menos os últimos meses da licença, para aproveitar mais o ar puro. Quero aproveitar para andar de bicicleta e brincar ao ar livre com eles.
A Margarida gosta muito de brincar com plasticina, nomeadamente comê-la, por isso todo o cuidado é pouco quando lhe damos tempo para a prática dos trabalhos manuais.
Ana e Daniel
* O projecto Bebés Saúda agradece ao Museu da Chapelaria de São João da Madeira a disponibilidade e simpatia
Mantemos sempre alguma distância de segurança, mas o Rodrigo está sempre debaixo de olho porque é muito pequeno. Estamos próximos, mas gostamos que ele explore.
Nalguns aspectos o Dinis já é muito independente. Por exemplo, quer sempre fazer sozinho o percurso entre o carro e a entrada na escola. Nunca quer dar a mão nem ao pai nem à mãe. Recusa mesmo, quase faz birra. Na melhor das hipóteses dá a mão ao irmão. Nós passamos essa tarefa ao Miguel, pedimos-lhe para cuidar do irmão e aí o Dinis dá-lhe a mão. É muito engraçado!
Já conseguimos perceber o temperamento do Rodrigo. Sabe o que faz bem e mal, distinguir o que os pais acham estar bem ou mal e brincar com isso. Tem um ar de gozão. Também já nos coloca à prova muitas vezes. Faz muitas coisas que sabe que não pode mas faz na mesma, só para ver a reacção dos pais.
Nesta época do ano além dos dias mais compridos e solarengos, chegam também as alergias causadas pelos grãos de pólen produzidos pelas plantas na fase de polinização. Porque são minúsculos e leves viajam à boleia do vento, e quando entram em contacto com o organismo da criança podem desencadear os sintomas da alergia, que variam consoante a sua idade e o tipo de alergénio:
Espirros, nariz entupido ou a pingar.
Olhos lacrimejantes com comichão.
Pele vermelha, irritada e com comichão.
Vómitos e diarreia.
Habitualmente a primeira manifestação alérgica na criança é o eczema atópico, que pode surgir durante o primeiro ano de vida, depois podem aparecer as alergias respiratórias, como a asma e a rinite, associadas também aos grãos de pólen das gramíneas e das ervas daninhas.
Como é impossível evitar a exposição ao pólen a solução passa por ter alguns cuidados para minimizar os sintomas:
Evite actividades ao ar livre em áreas de elevada polinização, como o campismo, e passeios nos dias mais quentes, secos e ventosos.
Quando programar as férias em família escolha uma época e um local de forma a evitar o contacto com o pólen a que a criança é alérgica.
Se viajar de carro mantenha as janelas fechadas, assim como em casa.
Mude a roupa da criança ao chegar a casa, dê-lhe um banho e lave-lhe o cabelo antes de a deitar para que não fiquem resíduos quer na cama quer na almofada.
Encoraje os mais pequenos a usarem óculos escuros fora de casa.
A boa notícia é que algumas alergias tendem a melhorar com a idade e outras podem ser controladas com o tratamento adequado.
Com novas funções ficámos com menos de tempo disponível para o Rodrigo, mas aquilo que tentamos fazer e esforçamo-nos muito é para sair sempre a horas decentes para estar com ele entre o final da tarde e a hora de deitar.
O 25 de Abril foi – daquilo que vem nos livros, porque para quem nasce no final da década de 80 só mesmo nos livros é que o revivemos – a revolução que nos trouxe liberdade, libertando-nos do julgo da avarenta, mas poupada ditadura Salazarista, que nem a Primavera Marcelista – não deste, mas do Caetano – conseguiu salvar.
Falar de liberdade é algo de natural já que não conseguimos conceber o mundo sem ela. Mas só esse mundo, o nosso, restringido pelo alcance daquilo que queremos ver, escolhendo fingir que boa parte do mundo onde a liberdade é, no melhor dos cenários, relativa, não existe.
Neste nosso mundinho introspectivo a minha liberdade, que é plena, foi amarrada pelo nascimento de dois filhos seguidos, que me obrigaram naturalmente a deixar de ser o eu – aquele que fazia o que queria quando queria – para ser o “papá”, aquele que faz aquilo que for o melhor para os filhos o tempo todo. Mas a verdade é que esta ditadura filial não me incomoda nada, foi o melhor que me podia ter acontecido.
Ainda é difícil termos noites de sono completas. Por volta das 22h00, 22h30, o Rodrigo está a dormir. Por vezes, acorda às três da manhã, dou-lhe de mamar e meto-o outra vez na cama. Pelas 6h, 6h30 já está acordado. De vez em quando, dorme noites inteiras mas nem sempre. Tenho a sensação de que enquanto estiver muito dependente da mama, vai continuar a acordar durante a noite. Ele bebe um biberão de 270 de leite, dou-lhe mama e mesmo assim acorda.