Nas últimas semanas o Rodrigo deu um grande salto na forma como se expressa, passando a fazer "frases" com as palavras que tem aprendido. Gosta muito de dizer os nomes todos da família (O Lu, a Nana, a Tia) e também contar o que vê e fez. Esta fase é engraçada porque também já faz ligação entre números e pessoas ou objectos. Começa a ter vontade de contar - agora diz muito "dois Nanas" que na linguagem dele quer dizer "duas avós". Também tem piada porque ainda não sabe dizer a letra "C", que substitui por "T" então diz muitas palavras como "tolo" (colo) ou "tarro" (carro). Vê-se que gosta muito de interagir com pessoas e já percebeu que a linguagem é um bom caminho para chegar a cada um de nós.
Apesar de o Rodrigo ser muito ligado à mãe, tem uma excelente relação comigo. Gosto muito de brincar com ele. Ele continua a ser muito "noiteiro" mas, no dia em que chego, normalmente dorme a noite quase toda, até às 7h. É como se a minha presença o anestesiasse. Acho que fica mais tranquilo.
Oferecemos, pelo Natal, uma cozinha de brincar a cada um dos nossos filhos. Escusado será dizer que as noites cá em casa têm sido uma risota, com os nossos cozinheiros de palmo e meio a inventarem os mais variadíssimos e inusitados pratos. Esparguete com chocolate, arroz de beringela e, o 'prato' favorito da Margarida, 'papinha da boa', são algumas das escolhas. Está a ser uma fase deliciosa de ver e a Margarida, muito influenciada pelas brincadeiras do irmão, acaba por acompanhá-lo no faz-de-conta, aprimorando as capacidades motoras e a imaginação.
Há um ano o Rodrigo começou a introdução à alimentação complementar. Foi um período muito engraçado de muita experiência nova e aprendizagem, tanto para ele como para nós. Um ano passou e começou a comer sozinho. Muitas vezes está a comer a sopa e pede para comermos também, como se fôssemos o "exemplo a seguir". Isso leva-nos a perceber que ele está muito atento a tudo o que fazemos e somos de facto o exemplo dele. Portanto nada melhor do que comer bem, respeitar o momento à mesa, aproveitar para contarmos por exemplo como foi o nosso dia. Este momento a três fortalece a relação como família. E sim, todos temos que comer a sopa.
Uma das facetas que temos vindo a notar no Dinis é o seu sentido de humor apurado. Ele já percebe o que é brincadeira, e volta e meia faz algumas coisas com piada. Uma que, ultimamente, gosta é ir às gavetas da roupa do Miguel e tirar peças de roupa para pôr na cabeça. Depois vem ter connosco a rir e diz: - «Já tá!». E ai de alguém que lhe tente tirar o seu "chapéu" original.
O Rodrigo tem muita dificuldade em fazer cocó. Não é bem obstipação, porque faz praticamente todos os dias. Mas é duro, tem dores, chora bastante. Quando introduzi os alimentos verdes, pensei que melhorasse, mas não. Agora, tenho cortado na cenoura e na banana. Tenho-lhe dado mais papaia, mamão, ameixa, laranja, o sumo de laranja. Experimentei um xarope de maçã reineta, mas não resultou. O médico receitou-lhe um novo laxante, vamos ver se resolve. Ele tem dores, já se contrai e eu tenho muito receio que com esta situação ele se iniba de fazer o cocó. Já só com ajuda é que ele consegue. Muito raramente faz por ele.
A minha princesa não pára de surpreender. Tão novinha e já avisa se faz cocó ou xixi. É muito engraçado porque ela aponta e até tenta ver o que fez. Desconfio que em breve vamos começar a treinar o pote, antecipando o que pensámos fazer só no próximo Verão. O único cuidado que vamos ter é fazer em simultâneo na escola. É mais fácil para eles manterem as rotinas em casa e na escola. Deixar as fraldas tem de ser ao mesmo tempo, caso contrário não resulta. Esta princesa é mesmo apressada. Ana
Nos passeios diários o Rodrigo costuma ir ver um lago com patos, que adora. No outro dia fomos ao jardim da Gulbenkian, tinha imensos patos e o Rodrigo ficou maravilhado. Resolveu correr atrás deles e oferecer-lhes comida - achou que uma folha podia ser um bom alimento. O pior foi quando uma menina lhe deu um pouco de bolo para ele dar aos patos e distraiu-se com ele na mão, veio um pato e bicou-o. Ficou bastante assustado, chorou um bocado. Ainda hoje quando lhe perguntamos o que aconteceu com os patos ele diz "a mão" com um ar de quem se lembra perfeitamente da bicada. A experiência não lhe tirou o fascínio porque os patos continuam a ser um dos animais preferidos.