Ter um suplente
Se nos sentimos muito cansados, sejamos o pai ou a mãe, acho que de igual forma temos de perceber que temos ao lado uma pessoa que pode perfeitamente substituir-nos no nosso papel. Não se pode chegar a um ponto em que isso se torne um tema fracturante. É óbvio que o Diogo não pode dar maminha, mas pode dar de mamar. Há sempre formas de compensarmos o que o outro faz. Isto deve que ficar bem claro desde o início. Uma coisa que me lembro de ler, relacionado com o tema da parentalidade é que às vezes as mães entram numa espiral do: «eu é que sei como fazer as coisas. Eu é que sei trocar fraldas, escolher a roupa, dar o banho, a comida.» Não pode ser. Seja para o pai, seja para o resto da família. As pessoas têm formas diferentes de fazer as coisas, mas é nessa diversidade que o bebé ganha. Se ele está unicamente habituado ao pai ou à mãe no dia em que algum deles falha irá sentir-se completamente desamparado. Ele tem que ir buscar apoio a pessoas diferentes. Isso é uma grande mais valia, para o bebé e para os pais. Nós também precisamos do tal descanso, por isso vezes já aconteceu eu ter uma semana de trabalho complicada e pedir: «Olha Diogo vou dormir cinco ou seis horas seguidas». Durmo na sala. E está tudo preparadinho, e durmo na sala. E o Diogo dá perfeitamente conta do recado. Os pais devem perceber que fará bem ao bebé fortalecer laços com outras pessoas.
Ana