As nossas mães ficam muito contentes quando lhes comunicamos que vamos jantar fora, ou temos um programa que nos leva a deixar o Rodrigo um par de horas. Elas adoram ficar com ele por isso ainda não precisámos de recorrer a uma babysitter. Cada avó aplica o seu método. A minha mãe anda mais com ele ao colo, e quando ele se deita fica mais pelo quarto. Já a mãe do Diogo (a avó Fernanda) tem um poder qualquer para adormecê-lo que ele nunca mais acorda. Todas as vezes que ela ficou com o Rodrigo, ele adormece que nem um anjinho e ela vai lá espreita-lo de vez em quando.
Nove meses depois, entre baixa de gravidez e licença, regressei ao trabalho. Nesse dia cresceu dentro de mim um misto de sentimentos contraditórios. Por um lado, estava cheia de vontade de voltar e de energia para planificar o ano de 2018, por outro, triste por deixar o meu pequeno príncipe que ainda depende muito de mim. Ao sair pela porta olhei para trás e ficou-me na memória o seu olhar, como que a questionar: «onde vais mãe?»
Com lágrimas nos olhos e de mão dada com a Margarida seguimos viagem. Cabe agora ao Hugo cuidar do Rodrigo e da casa enquanto eu levo a Margarida e sigo para o trabalho. Quando cheguei à Universidade, duas colegas esperavam-me com um abraço caloroso e uns chocolates deliciosos.