Tenho me portado muito mal. É que sou muito gulosa. Muito, mesmo. Tivemos uma festa de aniversário do padrinho do Rodrigo e eu não resisti e fartei-me de comer queijadinhas. Costumamos ter cuidados com a alimentação, procuramos não comer fritos, comemos saladas, fruta, sopa, até porque o Hugo tem colesterol alto. Se calhar este desconforto intestinal que o Rodrigo sentiu vem daí… Fiz uma espécie de vingança por não ter podido comer muita coisa durante a gravidez. Não sou imune à toxoplasmose, vinguei-me um bocadinho.
A escolha daquela que vai ser a tua escola está praticamente fechada. Visitámos seis creches, e ficámos a perceber que existem métodos de ensino diferentes. Escolhemos o jardim de infância que tem um ambiente idêntico àquele que desejamos que cresças. Na creche que em princípio vais ficar, acho que nós também vamos aprender. Educar uma criança também é um caminho de aprendizagem para os pais. Às vezes dizemos à criança para não fazer determinadas coisas quando nós, pais, somos os primeiros a fazê-las.O método de ensino que desejamos para o Rodrigo liga muito com a capacidade de lhe dar confiança e não o castigar.
Quando os nossos filhos vão levar alguma vacina, tentamos ficar atentos a algum tipo de reacção que possa ocorrer. Até ao momento não tivemos nenhum percalço, mas é sabido que todas as vacinas podem ter efeitos secundários, nós temos tido a sorte de isso nunca ter acontecido. Tentamos, no entanto, ficar vigilantes naquelas 48 horas depois de ser dada a vacina. Se há alguma reacção diferente. Devemos ter em atenção sinais como a apatia ou o inverso a irritação e a agitação. Deve vigiar-se também o próprio local da vacina. Se não fica com nenhum durão ou inchaço. Se isso acontecer temos em casa aqueles medicamentos para a febre como o paracetamol e claro o termómetro para vigiar a febre. Se fizer algum hematoma deverá aplicar-se algo frio, um bocadinho de gelo, nada mais que isso.
Se estou com os dois em casa, improviso bastante. Se eles estão bem-dispostos e com os sonos sincronizados é tudo mais tranquilo. Às vezes dá-se o milagre de a Margarida estar a dormir e até consigo, calmamente, dar almoço ao Daniel. Tirando todas as outras vezes em que não dá e temos que almoçar todos juntos. Dou a sopa ao Daniel enquanto dou a mama à Margarida e ao mesmo tempo vou petiscando alguma coisa. Tenho mesmo que improvisar. Não há nenhum método ou estratégia. À medida que o dia corre, vou vendo o posso fazer. Hoje, por exemplo consegui tomar banho porque estavam os dois a dormir, o que é raro. O Daniel na nossa cama e a Margarida no berço. Liguei o monitor de bebés e estive sempre atenta, claro. Não gosto de fazer isto, mas às vezes tem de ser. Também tenho que tomar banho e que me cuidar, mesmo estando sozinha com eles. E lá arranjo uma maneira com a câmara e tal e um banho de cinco minutos. É tudo muito rápido embora nunca deixe de supervisioná-los à distância. Tenho que estar sempre de olho neles. Porque o Daniel pode acordar, dar-se o caso de ir ter com a irmã ao berço e começar a dar-lhe aquelas festinhas mais agressivas e eu não posso permitir isso.
Participei numa aula de yoga, era destinada a bebés até aos 5 meses. A experiência foi mesmo muito gira, recomendo-a vivamente a todos os pais. É um acto de relaxamento para as mães, e para as crianças. Acima de tudo, são momentos de grande interacção. Agora, quando mudo a fralda ao Rodrigo faço sempre questão de cantar para ele as músicas que aprendi na aula. Houve um exercício que aprendi lá e me marcou especialmente. Consiste em agarrar nos braços do bebé e, ao mesmo tempo que a mãe os abre e fecha, diz em voz alta ‘Amo-te’ enquanto olha para o bebé. E repete-se várias vezes. No caso do Rodrigo, ele fica todo contente e acaba por brindar-nos com sorrisos bons. Tudo isto traz um enternecimento grande e acaba por enriquecer muito a ligação entre pais e filho.
Tenho estado a reservar leite no congelador em grandes quantidades. Eu e o Diogo gostávamos muito que o Rodrigo ficasse a amamentar exclusivamente até aos seis meses, vamos fazer por isso. Vou congelando o leite aos poucos para garantir que, quando estou a trabalhar, o Rodrigo fica com reservas para quando sentir fome.
Não vou dizer que tirar e congelar o leite é um processo engraçado porque não é. Implica estar durante o dia ou noite a fazê-lo. Por exemplo, quando ele já está a dormir, passado uma hora ou duas, quando sei que tenho um bocadinho de leite, lá fico a tirar. Implica estar a tirar leite todas as noites para ter um pelo menos uns 100 ml por dia, ou seja, é um processo moroso, mas compensa no final porque ele vai beneficiar. É tudo para o bem dele.
Se houvesse um concerto de Pearl Jam no Porto, abria uma excepção e separava-me um par de horas dos meus filhos. Era preciso, no entanto, que alguém fosse connosco para tomar conta deles e ficasse num sítio muito próximo do recinto do espectáculo.
A Margarida quis oferecer um presente ao irmão. Decidimos dar uma luva fantoche, que tem um animal em cada dedo. Foi ela quem escolheu o presente, viu a luva à venda na farmácia e gostou logo muito dela. Não a comprámos nesse primeiro dia, eu ainda fiquei a pensar no assunto e acabei por achar que era um objecto giro. Então, num outro dia, voltámos as duas à farmácia para a comprar. Esperámos que o pai estivesse presente e tivemos o nosso momento de família. A Margarida ficou muito contente e logo nesse dia quis contar uma história ao irmão. A partir daí tem-lhe contado várias histórias. É sempre um momento giro porque é tudo inventado. É um brinquedo bom pois estimula à criatividade. Aliás, ora é a Margarida a inventar uma história, ora é a mãe. Quando já falar há-de ser o Rodrigo a contar outras histórias à maneira dele.
Penso que ser farmacêutico e estar ligado à área da saúde dão-me mais tranquilidade no que toca a questões relacionadas com a saúde. Tanto a nossa (dos pais), como a dos bebés. Antes de ser pai já lidava no dia a dia com situações mais comuns no que toca à saúde dos bebés, através dos utentes da farmácia onde trabalho.